Berlenga - O nosso Paraíso

20 de Junho de 2009

Despertar de madrugada para as meninas do Porto e um pouco mais tardio para as meninas de Lisboa. Encontro marcado em Peniche.

Depois das questões logísticas tratadas, embarcámos rumo à Ilha da Berlenga, tendo em conta os relatos das agitadas viagens, resolvemos tomar comprimidos para o enjoo, excepto a Pioio, a nossa “marinheira” de serviço. Contrariamente ao previsto, a viagem correu de forma pacífica.

Chegadas à ilha, e ainda encantadas com a beleza natural que nos recebeu, foi tempo de carregar com as “tralhas” até ao nosso socalco (que por sinal era o que ficava mais distante), montar a tenda e instalarmo-nos. Nesta altura, recebemos as “boas-vindas”, sendo a AD a feliz contemplada com um “presente” vindo dos ares, que todas viemos a receber durante a estadia.

Rumámos até à praia de águas transparentes e tranquilas, mas frias, decoradas com cardumes de peixes nadavam bem junto de nós, onde recuperámos energias.

A parte da tarde foi reservada à exploração da ilha, fazendo um percurso que nos levou até ao Forte de São João Baptista, sempre acompanhadas por uma atenta multidão de gaivotas, não podendo sair do trilho sob ameaça de sermos atacadas por aquelas, em sinal de protecção dos ovos e filhotes. A descida até ao Forte foi feita através de cerca de 300 degraus, que tivemos de percorrer no regresso com grande sacrifício e algumas paragens. Como resultado, escaldão nos pés da Pugo e da Pioio.

A tarde terminou com um regresso à praia, onde fomos “adoptadas” por dois pequenos irmãos de uma enorme simpatia e ternura, os quais se tornaram nossos companheiros de brincadeiras até ao fim da estadia.

À noite, de duche frio e salgado tomado, com direito a jantar no único restaurante da ilha (e muita conversa/gargalhada com o empregado de mesa), recolhemos à nossa tenda, com uma banda sonora ensurdecedora, que se manteve a noite inteira. Quando os olhos já começavam a pesar (e depois do vizinho nos ter mandado calar!), percebemos que tínhamos visitas no avançado da tenda… um ratinho “simpático” e descarado que roubou o nosso pacote de batatas fritas (segundo a Dantins vai morrer carregadinho de colesterol). Ou seja, para além das gaivotas e das cagarras, juntou-se o ruído do ratinho a roer as batatas fritas… Ah!!! E o roncar do vizinho da tenda do lado!!!

21 de Junho de 2009

Na manhã seguinte, acordámos de uma noite muito mal dormida e com a sensação de que não queríamos repetir este programa pois já estava tudo visto. No entanto, este dia fez-nos mudar de ideias…

Para comprar a viagem de regresso, a AD foi a uma das casas dos pescadores, enquanto as restantes ficaram a guardar os haveres e acabaram por perceber que ela tinha sido “sequestrada” e para o seu resgate exigiam a presença de todas. Chegadas à casa, fomos recebidas por uma extensa, alegre e hospitaleira família e pela AD já sentada à mesa e de prato à frente!!! Todas acabámos à mesa com prato de comida e copo de vinho tinto!!! O repasto era composto de feijão, acompanhado de algo com uma textura estranha que, depois de comermos, nos revelaram tratar-se de entranches de bacalhau. Provamos também o famoso chá da Berlenga que só conhece quem por lá passa!!!! E que chá é esse, ui ui, até tivemos direito a plateia para assistir à prova!!! Houve ainda animada conversa, sessão fotográfica com toda a família e algumas partidas que também contaram com a participação dos vizinhos.

A viagem de regresso teve uma breve passagem por um barco semi-rigido e em seguida, fez-se em grande estilo no Julius, com a Pugo, AD e Dantins refasteladas em confortáveis poufs e a Pioio sentada à La Titanic na proa do barco. Mais uma vez, a viagem não provocou qualquer tipo de enjoo.

O menos bom do fds:
Os presentes das senhoras gaivotas.
O barulho ensurdecedor das gaivotas e das cagarras.

O melhor do fds:
O convívio entre as quatro e as recordações que ficarão para sempre.
A hospitalidade e simpatia dos residentes da Ilha.

O que fica:
A saudade.
O desejo do regresso.